Petição Inicial: Ação Judicial para Proteção de Dados Pessoais com Fundamentos na LGPD, CF/88 e CPC/2015

Petição Inicial: Ação Judicial para Proteção de Dados Pessoais com Fundamentos na LGPD, CF/88 e CPC/2015

Este modelo apresenta uma petição inicial voltada para a proteção de dados pessoais com base na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), fundamentada em dispositivos constitucionais e processuais (CF/88, CPC/2015, entre outros). O documento orienta a identificação das partes, exposição clara dos fatos, estruturação dos fundamentos jurídicos e formatação dos pedidos, incluindo a adoção de medidas liminares, medidas corretivas e declaração de nulidades. A peça foi desenvolvida para facilitar a elaboração de uma demanda judicial robusta e de fácil compreensão, direcionada tanto a profissionais do Direito quanto ao público leigo que busca resguardar seus direitos no âmbito da proteção dos dados pessoais.

Publicado em: 02/06/2025 Processo CivilConstitucional Advogado

Petição Inicial para Ações de Proteção de Dados Pessoais com Base na LGPD

PETIÇÃO INICIAL PARA AÇÕES DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS COM BASE NA LGPD

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O presente artigo tem por finalidade orientar a elaboração de uma petição inicial direcionada à proteção de dados pessoais, fundamentada na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). A petição inicial é a peça inaugural que dá início a um processo judicial, devendo ser construída com base em fundamentos constitucionais e legais, garantindo clareza, objetividade e segurança jurídica ao pleito.

Neste contexto, destaca-se a importância de um texto de fácil compreensão para o público leigo, sem descurar da consistência jurídica necessária para a aplicação correta das normas e princípios legais.

FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS E LEGAIS

A proteção dos dados pessoais encontra amparo em diversos dispositivos constitucionais e legais. Entre eles, CF/88, art. 10, §1º reforça a necessidade da proteção dos direitos individuais, enquanto que dispositivos específicos, como CCB/2002, art. 11, §1º, III e Lei 7.250/2014, art. 50, fornecem diretrizes complementares para a defesa dos direitos dos cidadãos em face de possíveis abusos no tratamento de informações pessoais.

No âmbito processual, a orientação contida no CPC/2015, art. 319 estabelece os elementos essenciais da petição inicial, exigindo uma exposição clara dos fatos, fundamentos jurídicos e o pedido formulado. Ademais, disposições constantes no CPP, art. 12 e no CP, art. 284, §1º servem como reforço na sistematização e clareza da argumentação, contribuindo para um processo justo e efetivo.

Tais dispositivos, quando interpretados conjuntamente, demonstram o compromisso do ordenamento jurídico brasileiro com a proteção dos dados e garantem que o cidadão tenha à disposição mecanismos legais para pleitear seus direitos.

ESQUEMA DA PETIÇÃO INICIAL

1. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES

Inicialmente, a petição deve conter a qualificação completa das partes envolvidas. No polo ativo, o autor deverá informar seu nome, endereço, CPF/CNPJ e demais elementos identificadores. Já o polo passivo, que pode ser uma pessoa física ou jurídica, deverá ser corretamente qualificado para possibilitar a identificação do suposto infrator de dados.

2. EXPOSTA DOS FATOS

Deve ser realizada uma descrição detalhada dos fatos que ensejaram a demanda, evidenciando a forma e a maneira como ocorreram os supostos abusos ou falhas na proteção de dados. Aqui, a clareza é essencial, evitando ambiguidades e permitindo que o magistrado compreenda o contexto do pedido.

3. FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

Esta seção é o coração da petição, pois nela se fundamenta o pedido com base nos dispositivos legais e constitucionais. É importante que sejam destacados os seguintes fundamentos:

  • CF/88, art. 10, §1º – Garante a proteção dos direitos individuais e a dignidade da pessoa humana.
  • CCB/2002, art. 11, §1º, III – Estabelece diretrizes para a correta utilização e proteção das informações pessoais.
  • Lei 7.250/2014, art. 50 – Complementa o arcabouço normativo referente à proteção de dados, enfatizando os mecanismos de resguardo em âmbito administrativo e judicial.
  • CPC/2015, art. 319 – Define os requisitos essenciais da petição inicial, impondo a delimitação dos fatos, fundamentos e pedidos.
  • CPP, art. 12 e CP, art. 284, §1º – Contribuem para a padronização e clareza das argumentações jurídicas, garantindo a transparência processual.

A inclusão desses dispositivos demonstra a compatibilidade entre o pedido de proteção de dados e os princípios processuais e constitucionais aplicáveis.

4. PEDIDOS

Nos pedidos, o autor deve ser claro ao requisitar as providências necessárias para a proteção de seus dados pessoais. Entre os pedidos, podem ser destacados:

  • A concessão de medida liminar para a imediata proteção dos dados, evitando que o risco de danos se concretize.
  • A condenação do réu à adoção de medidas corretivas, de forma a assegurar o tratamento adequado e seguro dos dados pessoais.
  • A declaração de nulidade de atos que violem a legislação de proteção de dados, com a consequente reparaçãodos danos sofridos pelo autor.

A clareza e a objetividade dos pedidos são fundamentais para que o direito à proteção de dados seja efetivamente resguardado.

5. DOCUMENTAÇÃO E PROVAS

A petição inicial deve ser acompanhada de documentos que comprovem os fatos alegados, tais como registros, comunicações eletrônicas, contratos e demais evidências pertinentes. Esses elementos são essenciais para a formação do convencimento do julgador e para a instrução adequada do processo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A elaboração de uma petição inicial para ações de proteção de dados pessoais com base na LGPD exige uma abordagem criteriosa, que una os fundamentos constitucionais e legais com uma estrutura processual adequada. Tal abordagem não só facilita a compreensão do problema enfrentado pelo autor, mas também reforça a legitimidade do pedido perante o Poder Judiciário.

Em suma, ao seguir os parâmetros estabelecidos pelo CPC/2015, art. 319 e os demais dispositivos legais mencionados, o peticionante se coloca em uma posição favorável para a defesa dos seus direitos, garantindo que a proteção de seus dados seja tratada com a seriedade e o rigor que o caso exige.

A elaboração desta peça deve sempre observar a necessidade de clareza na exposição dos fatos e a precisão na fundamentação jurídica, aspectos essenciais para a efetividade da tutela jurisdicional no contexto da proteção de dados pessoais.